17 fevereiro 2009

Curva inútil



EU
Sou louco e tenho por memória 
Uma longínqua e infiel lembrança 
De qualquer dita transitória 
Que sonhei ter quando criança. 

Depois, malograda trajectória 
Do meu destino sem esperança, 
Perdi, na névoa da noite inglória 
O saber e o ousar da aliança. 

Só guardo como um anel pobre 
Que a todo o herdado só faz rico 
Um frio perdido que me cobre 

Como um céu dossel de mendigo, 
Na curva inútil em que fico 

Da estrada certa que não sigo.

Fernando Pessoa

9 comentários:

miguelrr disse...

Inútil ou necessária.
Parabéns pela foto e pelo excelente poema.

Anónimo disse...

Mas no lo ha sido del todo...

Todas las cosas contienen en si mismas mucho más de lo que revelan.
Alexandro Search.
Recogido por Pessoa en su libro Máscaras y paradojas.
Me encanta Pessoa y tus fotografías también.
Gracias por tus palabras :)
Un abrazo

Camarandante disse...

Qué buena foto, cómo se aprecian de bien las texturas d los materiales , arena, hierro, curva, el olvido y la infancia siempre presente... bem por pessoa!

Saludos

Federico Pomponi disse...

Felicitaciones!!!
Es una muy buena foto, muy bien acompañada por Pessoa...

Abrazo.

Javier Taguas disse...

Muy bien cogidas esas líneas. Me gusta.

Paco disse...

muy buena.. es la deformacion de la propia tierra.

Antolín disse...

Gracias, a mí también me gusta tus fotos.

Matias disse...

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