31 julho 2008

27 julho 2008

Degradação

O tempo não é o único elemento que vai degradando as cidades. Aparentemente, há mais coisas que aceleram esse processo de destruição. Em 2007, esta porta encontrava-se já em mau estado, mas, pouco mais de um ano depois, é este o aspecto.

25 julho 2008

Encalhados


Durante muito tempo foram o orgulho do Tejo, carregavam todo o género de mercadorias para Lisboa. Com a vinda da ponte e com o desenvolvimento dos transportes terrestres, foram ficando sem actividade e quase todos desapareceram. Salvam-se a "Pombinha", o "Boa Viagem" e mais um ou dois que se tornaram funcionários públicos. Alguns jazem encalhados nas margens, esforçando-se para manter em pé as suas proas majestosas.

22 julho 2008

Sempre o Tejo


O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêm em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

Alberto Caeiro

19 julho 2008

E ao anoitecer!

e ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio
e a difícil arte da melancolia

Al Berto