
De onde é quase o horizonte 
Sobe uma névoa ligeira 
E afaga o pequeno monte 
Que pára na dianteira. 
E com braços de farrapo 
Quase invisíveis e frios 
Faz cair seu ser de trapo 
Sobre os contornos macios. 
Um pouco de alto medito 
A névoa só com a ver. 
A vida? Não acredito. 
A crença? Não sei viver.
Fernando Pessoa
 
 
 
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